Você já ouviu falar em autocompaixão?
 Não? Então vem com a gente, porque esse texto pode te ajudar.
Os tempos modernos têm exigido cada vez mais de nós, não é verdade? Há sempre uma cobrança grande no trabalho, dentro de casa, na escola, na faculdade…E isso não é só um fator externo. 
Nós mesmos temos nos cobrado cada vez mais: “Preciso ir melhor nessa prova“, ou “preciso subir de cargo no trabalho“, ou “preciso ter o corpo perfeito“, e assim por diante. Para piorar, temos o hábito tóxico de nos julgarmos de uma maneira dura demais por tudo que dá errado em nossa vida.
Olhando no espelho
Isso gera um sentimento contínuo de insatisfação, como se faltasse “alguma coisa” para nos sentirmos realizados.

O resultado? Estresse. Quanto mais nos cobramos, mais estressados, ansiosos e angustiados ficamos. É como se deixássemos de lado nosso amor próprio para “esfolar” nossas competências e tentar estar sempre acima da média. Muitas pesquisas recentes têm comprovado que praticar a “autocompaixão” faz bem à saúde mental. Mas o que significa exatamente esse termo? Trata-se de ser mais compreensivo, compassivos e gentil consigo mesmo, como você (provavelmente) seria com uma pessoa querida.

Indivíduos que são mais autocompassivos tendem a ser mais felizes, mais saudáveis e a construir relacionamentos melhores, além de terem menos ansiedade e depressão. As pessoas que praticam a autocompaixão aceitam suas falhas e derrotas com mais facilidade, desenvolvendo assim mais resiliência para enfrentar eventos estressantes como um divórcio, doenças, reprovação na escola ou uma demissão no trabalho.

Segundo o psicoterapeuta Christopher Germer, um especialista em mindfulness que já palestrou em Harvard sobre o assunto, pessoas que sentem a necessidade de serem “especiais acima da média” acabam se tornando narcisistas. Elas se comparam constantemente com outras pessoas, cultivando a raiva como defesa do ego e se tornando preconceituosas. É como se elas tivessem uma limitação da autoestima e não soubessem lidar com os fracassos da vida. Ao passo que pessoas que praticam a autocompaixão possuem senso de autovalorização e não exigem de si mesmas a perfeição, tampouco necessitam superar os outros.

Tratar a si mesmo com gentileza pode te ajudar a atingir seus objetivos,as pessoas podem achar que autocrítica as motiva a serem melhores — e que, se não forem duras consigo mesmas, não vão sair do lugar.
Mas estudos demonstram que a autocompaixão não nivela por baixo os padrões das pessoas – a diferença é que, se elas não atingirem seus objetivos, não será o fim do mundo, porque seu valor próprio não está diretamente atrelado ao sucesso.
Então surge a dúvida: como posso desenvolver (e praticar) a autocompaixão? Separamos para vocês 3 dicas bem objetivas:
1# SEJA GENTIL COM OS OUTROS
A melhor forma de cultivarmos autocompaixão é, primeiro, sendo gentil com os outros. Ao apoiarmos as pessoas, nos sentimos mais conectados e podemos enxergar que elas possuem problemas semelhantes (ou até mesmo maiores) do que os nossos.
Muitas vezes, focamos apenas em “nós, nós, nós…” e ficamos concentrados exclusivamente em nossos problemas. Esse egocentrismo é tóxico. Ao apoiar outras pessoas, entramos em contato com realidades diferentes das nossas e, assim, relativizamos os nossos problemas.
2# ACEITE OS ERROS
Entender que estamos sujeitos ao erro e ao fracasso é primordial para que não haja uma cobrança excessiva com nós mesmos. A sensação de não ter atingido um objetivo pode gerar pensamentos autodestrutivos como “isso só acontece comigo”, ou “eu nunca consigo nada” ou “é sempre assim”. Essas afirmações agem como crenças limitantes e vão te empurrar para baixo cada vez mais.
Por isso, entenda de uma vez por todas que o erro e o fracasso fazem parte da nossa jornada. Eles te aproximam do acerto. Pare de se cobrar tanto. Curta mais as experiências, aproveite as lições e aprenda com os erros.
3# PRATIQUE O MINDFULNESS
Mindfullnes é um estado de consciência que foca em viver no “aqui e agora”. A ideia é manter seus pensamentos voltados para o presente, porque o que realmente importa é o que está acontecendo neste instante com você e ao seu redor.

Isso te ajuda a prestar mais atenção aos seus sentimentos, entendendo assim a raiz das suas emoções. Desta maneira, fica mais fácil ser gentil consigo mesmo.

Que tal essa reflexão, hein?  Você tem demonstrado compaixão com você mesmo? Se não, está na hora de começar.


Criador e editor-chefe do site  "El Hombre", por Pedro Nogueira.



Os insultos são como um ataque
O insulto é uma forma de violência verbal a que o ser humano recorre com mais frequência que o desejável. A integração da vida em sociedade fica sempre menos saudável quando estamos no trânsito ou a ver futebol e nos deixamos levar pelas emoções e libertamos uma enxurrada de insultos.
Os insultos sao como ataque

O que as pessoas que insultam devem saber?

Insulto é abuso. Insultar o parceiro é abuso. Insultar uma criança, um colega de trabalho, um amigo, os pais ou mesmo aquela pessoa que não conhecemos de nada na Internet também é abuso. É agressividade. Desrespeito. Déficit de empatia . E, acima de tudo, é um sinal de incrível pobreza intelectual.

Na verdade, o insulto diz mais sobre quem insulta do que sobre quem é insultado. Ele diz que essa pessoa não é capaz de se controlar. Que ele não tem argumentos convincentes para refutar as ideias do outro. Que sua rigidez cognitiva o impede de dialogar. Que sua insegurança é tão grande que ele sente a necessidade de insultar. E que ele não é capaz de lidar com o desconforto gerado pelo diferente.

A pessoa que insulta também deve entender que pedir perdão não resolve muito. Quando os insultos se tornam um hábito, podem acabar causando muitos danos aos outros. De fato, um estudo realizado na Illinois State University descobriu que mesmo os insultos mais sutis afetam nosso desempenho cognitivo.
Portanto, se uma pessoa for repetidamente insultada, ela terá um efeito negativo.
Essas feridas no intelecto e na auto-estima não são tão fáceis de curar e, sem dúvida, não se resolvem pedindo perdão.
 
Em vez disso, as pessoas prontas para o insulto devem aprender a discordar sem atacar . Convivendo com as diferenças ouvindo o outro. Pense antes de falar para não entrar na dinâmica da frustração e dos insultos. Devem compreender que as coisas não são apenas como as vêem e que não são detentoras de uma verdade absoluta que lhes permita julgar os outros com arrogância.
Como responder a um insulto sem perder a calma?

Os insultos são muitas vezes percebidos como um ataque que, por sua vez, desencadeia outros insultos. Essa espiral não faz bem a ninguém. Para não cair nesse ciclo tóxico, o primeiro passo é entender que insultar significa ofender alguém provocando e irritando com palavras ou ações, mas também significa que temos o poder de não entender a dica. 

Uma maneira assertiva de responder a um insulto é:
Fatos. Descreva a situação que nos incomoda limitando-nos aos fatos. Por exemplo: “Tenho notado que quando cometo um erro, você me insulta dizendo que sou inútil ”.
Emoções. Expresse como esse comportamento nos faz sentir, sem recriminações. Por exemplo: “ Quando você me diz que sou inútil, fico triste, envergonhado e frustrado ”.
Empatia. Tenha empatia com a pessoa, por mais difícil que seja, para tentar entender seu ponto de vista. Por exemplo: “ Eu entendo que você não faz isso com más intenções, talvez meus erros te aborrecem ”.
Alternativas. Fornecer soluções alternativas para resolver o problema. Por exemplo: “ Gostaria que você me ajudasse a melhorar, mas preciso que você mude a maneira como me faz ver os erros. Farei mais progressos se você me guiar em vez de me insultar .”
Claro que nem sempre é possível dialogar com quem insulta. Se acreditamos que não podemos chegar a um entendimento, geralmente é melhor priorizar nosso equilíbrio mental e esquecê-lo. Às vezes há batalhas que não valem a pena lutar.
É agressividade. Desrespeito. Déficit de empatia  
Os insultos são impropérios ditos ou vociferados com o intuito de magoar, humilhar ou achincalhar o destinatário. Ao dizermos algo ofensivo, grosseiro ou indecente, estamos a insultar alguém a quem pretendemos roubar a dignidade e assaltar ou lesar a sua honra.

Ignorãncia plurarista

O que é ignorância pluralista?

O termo ignorância pluralista foi descrito pela primeira vez pelo psicólogo Floyd H. Allport e seus alunos, Daniel Katz e Richard L. Schank. Eles o definiram como “ um estado que ocorre quando a maioria dos membros de um grupo pensa que a maioria dos outros membros não compartilha suas avaliações do grupo, costumes ou objetivos ”.

somos vítimas de nossas falsas percepções

Em outras palavras, a ignorância pluralista é uma situação em que muitas pessoas erroneamente acreditam que os outros não concordam com elas, quando na verdade a maioria das pessoas compartilha da mesma opinião. Implica acreditar que nossas ideias, opiniões ou sentimentos estão muito distantes do que os outros pensam, experimentam ou sentem.

 Esse fenômeno psicossocial ocorre quando praticamente todos em um grupo ou sociedade rejeitam privadamente uma crença, opinião ou prática, mas acreditam que quase todos os outros a aceitam. Como resultado, nos comportamos de uma determinada maneira, apenas porque acreditamos que os outros se comportam dessa maneira ou expressamos uma opinião porque assumimos que é o que os outros querem ouvir.

Aceitar uma norma repudiada acreditando em uma opinião falsa

Allport e seus colegas conduziram uma série de estudos para investigar o alcance e o impacto da ignorância pluralista. Em um desses experimentos, eles pediram a estudantes universitários que estimassem a porcentagem de seus colegas que bebiam álcool regularmente. Curiosamente, os alunos superestimaram significativamente o número de bebedores no campus. Isso os levou a beber excessivamente, com o objetivo de se encaixar no grupo e se adaptar à "norma".Outro estudo clássico de psicologia em 1932 descobriu que os membros da comunidade acreditavam que outros apoiavam uniformemente a oposição da igreja local aos jogos de cartas e ao tabaco, já que as pessoas geralmente expressavam esse apoio em público. No entanto, em particular, essas mesmas pessoas admitiram que não apoiavam as proibições morais da igreja, mas não ousavam expressar essas opiniões em público pensando que outros as rejeitariam.

 A ironia é que sua visão “herética” aparentemente dissonante era na verdade a visão normativa de sua comunidade, embora mantida em segredo. Quando todos estão relutantes em expressar seus pensamentos e emoções mais genuínos para não se sentirem constrangidos ou rejeitados pelos outros, as pessoas acabam se sentindo mais sozinhas e incompreendidas.

O mecanismo psicológico que sustenta a ignorância pluralista

A ignorância pluralista começa com uma discrepância entre as ações públicas e os sentimentos privados. Os membros do grupo não são realmente ignorantes quanto aos sentimentos privados uns dos outros; em vez disso, eles pensam que os conhecem, mas estão errados. Em outras palavras, entendemos mal o que os outros pensam ou sentem.

 Nossa tendência à identificação grupal é uma das principais causas da ignorância pluralista. Muitas vezes nos deixamos levar pelo desejo de sermos membros exemplares da sociedade e/ou nos encaixarmos no grupo. A ignorância pluralista decorre de uma conformidade generalizada com as normas sociais, que determinam o que é comportamento adequado em determinados contextos, seja uma sala de reunião ou um hospital, bem como com amigos, estranhos ou colegas de trabalho.

 Essas regras ditam, por exemplo, que devemos apoiar publicamente amigos e colegas, não devemos questionar as escolhas pessoais dos outros e devemos permanecer calmos e no controle o tempo todo. No entanto, muitas vezes essas normas sociais são muito rígidas ou se tornaram arcaicas e não refletem nossas opiniões e sentimentos. Se nos limitarmos a segui-los, estaremos transmitindo uma imagem distorcida que alimenta a ignorância pluralista.

A percepção de felicidade é um bom exemplo para entender como esse mecanismo funciona. De fato, psicólogos da Universidade de Stanford descobriram que o fenômeno da ignorância pluralista também se estende ao plano emocional. Eles descobriram que as pessoas superestimam continuamente o nível de felicidade e bem-estar dos outros e inferem que essa é a norma.

Em parte, isso ocorre porque muitas pessoas reprimem seus humores negativos em público e tentam esconder seus fracassos sempre mostrando sua melhor face. Se não somos capazes de diferenciar entre o que vemos em público e o que vemos em privado, é fácil supor que essas atitudes refletem a realidade, quando não o fazem.

 Como Anton Chekhov escreveu: “ não ouvimos nem vemos aqueles que sofrem. As coisas terríveis da vida se desenrolam nos bastidores .” Claro que essa percepção é ilusória, mas suas consequências são muito reais, pois alimentam o círculo vicioso da ignorância pluralista.Aqueles que sofrem de ignorância pluralista tendem a se ver como membros desviantes do grupo: talvez menos informados, mais tensos, menos comprometidos, mais infelizes, menos competentes... ideais, o que muitas vezes só gera um profundo sentimento de frustração.

 Como Charles de Montesquieu escreveu séculos atrás: “ Se quiséssemos apenas ser felizes, seria fácil; mas queremos ser mais felizes que os outros, o que costuma ser difícil, pois achamos que eles são mais felizes do que eles .” Em outras palavras, somos vítimas de nossas falsas percepções ao perseguir objetivos inatingíveis.

A ignorância pluralista pode fazer com que as pessoas adotem atitudes e comportamentos com os quais não se identificam ou se sentem à vontade apenas para se alinharem com o que os outros supostamente sentem ou pensam. O resultado é uma diminuição geral do bem-estar de todos, a perpetuação de normas que perderam sustentação geral e, claro, a implantação de um padrão duplo nas relações que bani a autenticidade.

A boa notícia é que, para superar os efeitos da ignorância pluralista, muitas vezes basta ousar dizer o que pensamos e expressar o que sentimos. Nem sempre encontraremos ressonância no ambiente mais próximo, mas o mais provável é que a honestidade acabe gerando uma onda expansiva de autenticidade que porá fim à ignorância motivada.

Fontes: Jordan, AH et. Al. (2011) A miséria tem mais companhia do que as pessoas pensam: subestimando a prevalência das emoções negativas dos outros. Pers Soc Psychol Bull ; 37(1): 120-135.

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