Disciplinando o silencio

Há muitos anos medito e me interesso por esse assunto.

E me convenço, cada vez mais, da necessidade de praticá-lo.

E continuo convencido de que o silêncio é o elemento básico de um bom conhecimento.

A disciplina do silencio

Quem fala não ouve...

Só alcança a real Iniciação quem é capaz de calar.

Mais importante do que o silêncio da palavra é o silêncio do coração, que faz calar as paixões e os devaneios de nossa imaginação.

O iniciado deve ser capaz de conceituar a sua Ordem e definir-lhes os objetivos, mas a nossa Ordem é gradualista, e o conhecimento só vem com o tempo.

Não nos apressemos, embora a curiosidade seja natural e mãe da ciência.

A disciplina do silêncio é um dos ensinamentos fundamentais das Escolas Iniciáticas Tradicionais e não é diferente em nossa Ordem.

A Maçonaria quer que seus obreiros sejam muito mais pensadores do que faladores.

Não se chega à verdade com muitas palavras e discussões descabidas de racionalidade, senão com o estudo, a reflexão e a meditação silenciosa.

Aprender a calar é aprender a pensar, e aprender a pensar é aprender a meditar. (é claro que de um debate podem sair grandes idéias e grandes decisões, mas estamos prontos?).

Por essa razão é que a disciplina do silêncio teve destaque dentro da Escola Pitagórica.

O neófito ficava três anos sem permissão para falar.

E mais dois anos apenas respondendo quando indagado.

A disciplina consiste, entre outras, na íntima ligação de todos os irmãos, no respeito fraternal, numa orientação comum, na veneração, ensinamentos e orientações de nossos mestres e instrutores (aos quais devemos honra e respeito), na rigorosa observância do sigilo e na disciplina do segredo e do silêncio.

Para finalizar, um preceito bastante conhecido de alguns:

_“Nos teus atos mais secretos supõe sempre que tens todo o mundo por testemunha”. Trecho do Sepher Yetzirah – 6.13

_“Três coisas são boas para o ouvido: uma bênção, uma boa notícia, um elogio.

Três coisas são más para o olho: o adultério, o mau olhado, um olho errante.

Três coisas são boas para o olho: a humildade, um olho bom, a visão do verdadeiro.

Três coisas são más para a língua: a difamação, a denúncia e a hipocrisia. Três coisas são boas para a língua: o silêncio, o controle da língua, e a verdade.”

(Sepher Yetzirah)

_“Irmão guarde bem vosso coração, que é a vossa maior força e, ao mesmo tempo, vossa maior fraqueza.

Ele precisa ser dominado, pois, do contrário, vossa mente perderá a firmeza.

Não alimenteis pensamentos de prazer, pelo menor tempo que seja, para que não vos afastem da sabedoria que leva para o Eterno.

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Trabalhos Maçônicos.

 

“Ouça e você será sábio. O início da verdadeira sabedoria faz parte do silêncio”.

-Pitágoras-

Portanto, não custa nada adaptar esta sugestão com outras recomendações que o próprio Pitágoras de Samos nos deu na época sobre a questão da saúde e do bem-estar:

Estar em contato com a luz solar, seguir os ciclos da natureza.

Permitir-se, a cada dia, pelo menos uma hora de silêncio.

Cuidar da alimentação.

Exercitar-se regularmente.

Ter conversas enriquecedoras.

Realizar práticas criativas.

Como aplicar a disciplina hoje?

Para concluir, como podemos ver, a disciplina do silêncio segundo Pitágoras é como a sua própria figura, um legado a partir do qual nós podemos aprender, refletir e inspirar. Por isso, vale a pena lembrar lições como as contidas nas frases que ele dirigiu aos seus alunos: o silêncio é a primeira pedra do templo da sabedoria.

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